Pois é.... voltei!
Resolvi seguir o exemplo que meu bem me deu e escrever todas as minhas experiências como Inspetora de Alunos. Já fazem uns 6 anos que venho trabalhando como inspetora e já tenho várias histórias pra contar. São histórias verdadeiras, porém trocarei alguns nomes... aqueles que eu lembrar é claro... para preservar os meninos e meninas que aqui contribuirão, quem sabe, para ajudar outros meninos e meninas e se não for muita pretensão, outros profissionais da área ou não.
O DIFERENTE
Queria começar com uma história de um garoto de 8ª série da minha escola do coração, E.E. Fábio Junqueira Franco, em Barretos/SP, o José Jacinto. Um dia na hora do intervalo ele veio até a mim e chorando me disse que ia arrebentar um menino. Ele estava muito bravo e pedi a ele que se acalmasse, pois, com raiva não iria resolver nada, apenas criar mas um problema. José Jacinto era um menino diferente, ele tinha alguns problemas de saúde e por isso era muito magrinho, usava óculos fundo de garrafa e talvez por isso, os meninos pegavam muito no pé dele, gozavam da sua cara e por ele, ser muito nervoso, irritava-se facilmente com as "brincadeiras" dos outros meninos e meninas. Chamei-o em um canto e disse-lhe que só havia uma maneira de resolver aquele problema. Muito atento, com os olhinhos cheios de lágrimas ele me perguntou como? Então eu lhe disse que toda vez que alguém mexesse com ele, deveria, ao invés de ficar bravo, querendo briga, dar um olhar de cima a baixo na pessoa que o estava ofendendo e sair de perto dela. Ele ficou meio em dúvida e então eu lhe propus que fizesse um teste de uma semana; ao invés de brigar, como era a sua vontade, ele deveria ignorar a pessoa com um olhar frio e sair de perto dela, porque o que a pessoa quer é irritar e se voce fizer o jogo dela ela vai continuar fazendo a brincadeira besta, mas se ao contrário voce nem der bola, certamente ela vai parar, porque é muito chato zoar alguém que não liga para zoação.
Após uns quatro dias, já havia até esquecido do assunto, lá vem o José Jacinto.... "olha d. Rita, fiz aquilo que a senhora me ensinou e a senhora acredita que o menino parou de mexer comigo?, deu certo!". Fiz um sinal de positivo e segui em frente toda contente com o resultado.
Foi muito legal esse dia, pois, pude perceber que apesar de as crianças serem crueis com aquele que é diferente dos outros, pude ver que se voce se valorizar, ser for mais voce, então nada poderá lhe atingir e pode tirar tudo de letra. José Jacinto onde voce estiver agora, espero que esteja bem e que isso tenha te ajudado tanto quanto ajudou a mim. Grande beijo. Saudades de voce.
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